ABSTRACT
A pandemia de COVID-19 teve consequências graves também para o mundo do trabalho. Exemplo disso, foi a pressão que as professoras de escolas privadas tiveram por rapidamente transporem as atividades de ensino para o modelo remoto. O objetivo desta pesquisa foi analisar como as professoras de escola privada vivenciaram o seu trabalho docente durante a pandemia de COVID-19. Partindo da Psicologia Histórico-Cultural, realizamos 12 entrevistas em profundidade com professoras de escolas privadas da cidade de Natal-RN, sendo esses dados analisados quanto aos seus núcleos de significação. Encontramos cinco núcleos de significação: significações sobre o trabalho de professora; dificuldades do dia a dia de trabalho; consequências da pandemia; agravamentos gerados pela pandemia; e enfrentamentos diante dos desafios. Concluímos que a pandemia operou como um catalizador de problemas que as professoras já enfrentavam, decorrente da exploração do trabalho, machismo e neoliberalismo. Diante desse cenário, consideramos que as formas de enfrentamento e resistência passem por estratégias coletivas e que visem a superação desses processos históricos de precarização do trabalho.
The pandemic COVID-19 had serious consequences for the world of work as well. One example of this was the pressure that private school teachers were under to quickly transition their teaching activities to the remote learning model. The aim of this research was to analyze how private school teachers experienced their teaching work during the pandemic COVID-19. Based on Cultural-Historical Psychology, we carried out 12 in-depth interviews with private school teachers from the city of Natal-RN, and these data were analyzed according to their Nuclei of Meaning. We found five nuclei of meaning: meanings about working as a teacher; difficulties in daily work; consequences of the pandemic; aggravations generated by the pandemic; and confrontations with the challenges. We concluded that the pandemic acted as a catalyst for problems that women teachers were already facing, resulting from labor exploitation, sexism, and neoliberalism. Facing this scenario, we believe that the forms of confrontation and resistance go through collective strategies aimed overcoming these historical processes of precarization of work.